Um dia faço um post sobre sobre ovos estralados, o meu avô e os ngiris de salmão.
Um dia faço um post sobre sobre ovos estralados, o meu avô e os ngiris de salmão.
No sábado levantei-me, desci até à cozinha e tomei o pequeno-almoço, fui até ao sofá e deitei-me a ler uma revista, entretanto voltei à cozinha e almocei, arrumei a cozinha e arranjei-me, deitei-me na cadeira de baloiço e dormi uma sesta, acordaram-me, fui ao supermercado, voltei e arrumei as compras, deitei-me na espreguiçadeira, chamaram para jantar, alapei-me no sofá a vegestar, ainda não era meia noite quando subi para o quarto, onde comecei uma maratona de 10 horas de sono.
A vida no campo é mesmo muito difícil.
Andam a fazer obras no telhado do prédio ao lado do meu, sendo que, o entulho é lançado por uma conduta até ao contentor, na via, o prédio tem 6 andares! Começaram a lançar entulho pouco passava das 8h, foi uma bela maneira de acordar não há dúvida.
Andam a fazer obras num andar no prédio onde trabalho, estou o dia todo a ouvir o tuc-tuc dos martelos.
Trabalho rodeada de engenheiros e arquitectos.
Sempre que vejo este sinal, fico nervosa!!!!
É difícil definir se 2010 foi um bom ou mau ano, mas isso não é importante, foi um ano que passou.
Foi o ano em que, após mais de 1 ano desempregada, encontrei finalmente emprego, num local que gosto, com pessoas que gosto, deixei o turismo, mas não me arrependo.
Foi o ano em que perdi pessoas para a morte, mas também perdi pessoas para a vida.
Foi o ano que reencontrei velhos amigos, e pareceu que o tempo não tinha passado.
Foi o ano em que falhei redondamente num projecto pessoal.
Foi o ano em que li menos que queria, mas li livros pela madrugada.
Foi o ano em que passei um fim de semana na Comporta que me abriu uma janela que me iluminou.
Foi o ano em que trabalhei como se não houvesse amanhã, e me lembrou que não quero uma carreira se isso me custa uma vida.
Foi o ano em que não fui ao cinema as vezes que queria.
Foi o ano em que ri até não conseguir respirar.
Foi o ano em que chorei até não conseguir respirar.
Foi o ano em que me conheci, em que reconheci os meus erros e as minhas falhas, em que assumi que há coisas em que não vou mudar.
Foi o ano em que sofri.
Foi o ano em que sorri.
Foi o ano em que amei
2010 foi um ano em que vivi.
s. f.
1. Ilusão perdida.
2. Desapontamento.
3. Malogro de uma esperança.
4. Desilusão.
Fonte: Priberam
Adenda: Eles sabem quem são, se não percebem o post é porque não é convosco!
Parque das Nações, Julho 2009, by Carlos Rodrigues
* Inicialmente esta foto tinha como titulo "Tristeza", mas acho tão irónico tudo o que gira a volta desta foto, da tristeza que eu sentia naquele dia e tão bem capturada, com o que se passa hoje, muitos meses depois, que senti que devia mudar o nome da foto.
Este blog não terminou em 2009, é certo que nos últimos meses as suas actualizações têm sido esporádicas, mas este blog sempre foi uma extensão de mim, e há circunstâncias da minha vida real que condicionam este cantinho. Escrever num blog passa também por uma também rotina, e quando essa rotina se quebrou tornou-se mais difícil escrever aqui, várias vezes escrevi mentalmente textos inteiros que depois não passei para o blog.
2010 é o inicio de uma nova fase na minha vida pessoal e profissional, e em tempo de mudanças e novas rotinas, vou fazer um esforço por colocar o blog nessa rotina. E por esforço, não devem entender como uma obrigação, pelo contrário é sempre um prazer escrever aqui, mas por vezes o texto não flui como eu gostaria, e deixo para o dia seguinte, hoje é um exemplo disso, mas vou terminar o texto, e vou publicar, mesmo que não esteja perfeito, e amanhã um novo texto que se calhar também não vai ser perfeito, mas dia-a-dia a ferrugem vai afastar-se dos meus dedos e acima de tudo da minha mente.
Não vou ficar a espera de muitos comentários, que um blog parado é um blog esquecido, e muitas das pessoas que me liam assiduamente também perderam a rotina, mas se passarem por cá, deixem um Olá na caixa dos comentários, para quem está do lado de cá é motivador saber que o que se escreve é lido.
Quando: Hoje, pouco depois das 9h30 da manhã.
Onde: A descer a Rua da Prata e a olhar em frente.
Condições meteorológicas: Alguma neblina matinal.
O que vejo: Ao fundo da rua, já depois do Terreiro do Paço algo a passar.
O que penso: Olha a Lisnave e o prédios em redor estão a andar ... que estranho!
O que realmente se passava: Logicamente que era um cargueiro a passar no Tejo, pior é que ó me apercebi disso uns 10 minutos depois, claramente ando a precisar de dormir mais, é que quando se acha que é mais provável prédios moverem-se que navios a navegar, algo vai muito mal... Ao menos dá material para actualizar o blog e para vos fazer pelo menos sorrir e abanar cabeça condescendentemente.
Venho aqui muitas vezes desabafar coisas más... desilusões que apanho com as pessoas que considero amigas e que me dizem que também me consideram como tal.
Mas hoje não, hoje venho falar das pessoas que me surpreendem pela positiva.
Uma pessoa que me lê e me manda uma mensagem privada via facebook e que me diz as palavras certas no momento certo.
E outra pessoa que me manda um mail onde me diz algo tão simples, mas tão simples, que me tocou profundamente e que reforça que o que conta é mesmo a intenção.
E sabem que mais?? Há mais destas pessoas na minha vida, e escrevo aqui a minha primeira resolução para 2010, vou investir nestas pessoas e desistir de quem não merece.
Nos últimos meses aprendi muito sobre mim e sobre as pessoas em geral. E tomei decisões difíceis, que custam a manter, e num dia como o de hoje, dá-me uma enorme vontade de voltar atrás, de pegar no telefone e agir de uma forma que sei que a longo prazo é errada, mas que me daria uma satisfação imediata ... é assim como comer uma tablete de chocolate de enfiada e depois pensar nas consequências ... mas não o vou fazer e o meu telefone vai ficar sossegadinho e não vou ligar.
Resta-me a satisfação de estar a fazer o que é certo, e que hoje tenho muito mais controlo da minha vida do que há uns meses atrás ... mas porra custa!!!
Tenho aqui uma coisa entalada na garganta, um sentimento, uma impressão, que gostaria de a gritar... e aqui seria o local indicado para o fazer. Mas não estou disposta a pagar o preço das consequência, por isso engulo-a!
Esperemos que não me sufoque!!
Desde miúda que tenho um grande fascínio por faróis. E durante algum tempo acarinhei o sonho de vir a ser faroleira, talvez nas Berlengas, o isolamento, a missão, a resistência e durabilidade, tudo características que me dizem muito, tudo características que de um modo ou outro me definem.
Depois com o passar do anos deixei esse sonho, a cidade e as pessoas começaram a exercer um maior magnetismo sobre mim, mas a paixão por faróis continua, gosto da arquitectura e gosto do conceito. E até gosto desta espécie de decadência a que estão votados. Hoje em dia já quase não são necessários. Hoje cada vez mais me sinto a voltar a esse sonho de ser faroleira, o isolamento é o que mais me atrai, ultimamente a cidade sufoca-me, porque estar sozinho não é estar só, porque estar só no meio de uma multidão é uma tortura que me atormenta, que me esgota.
Um dos elogios que mais me tocaram, foi aquele em que me disseram: "Tu és um farol". E sou, porque ergo-me, só, contra tempestades, porque aguento tudo e ainda protejo quem procura um abrigo, e parte depois do perigo, e eu, só, cá fico, até à próxima tempestade. Mas, só, sozinha, por opção é muito melhor, magoa muito menos.
E assim continuo em busca do meu farol!