Quem me pede espaço não compreende o dano que me causa, não por falta de vontade, talvez porque eu não consiga explicar em palavras a devastidão de sentimentos. Os espaços são hiatos, é nestas fendas que se perde tempo, se perdem pessoas, se perdem coisas e acima de tudo é onde se perdem emoções e sentimentos. Gostava que entrassem dentro de mim e sentissem o que eu sinto quando me pedem espaço, talvez aí entendessem. Porque é que eu dou o espaço, se me dói tanto? Exactamente por isso, porque me dói muito. Porque sei o que me dói este espaço imposto, não quero que sofram isso pela falta de espaço imposta por mim. Não as minhas pessoas, as pessoas que amo, as pessoas que não suporto ver sofrer, muito menos por minha causa.
Fecho-me dentro de mim com a certeza que mais não posso dar.
Estou a ver o Masterchef Australia, onde dois participantes estão a fazer salsichas numa master class, claro que me lembrei imediatamente que quando concorri à faculdade uma das (seis) opções foi preenchida com o curso de Engenharia Agro-Alimentar, porque havia uma cadeira de "técnicas de salsicharia".
Neste meu percurso, quando descobri que sou resistente, descobri também que não sou desistente, pelo contrário, sou bastante persistente, se quero realmente algo não estou muito disposta a ceder com facilidade, salto para fora da minha zona de conforto e arrisco.
Custa-me que não me respeitem, depois de todo um caminho que trilhei, que me levou a onde estou hoje, a quem sou hoje. E tenho muito orgulho desse caminho, tenho orgulho de quem sou, do trabalho que fiz.
Há dois anos trataram-me mal, muito mal, mas no local onde estava tudo era negro e eu também não estive bem, também destratei, tenho consciência disso, fui ao fundo e com muito esforço voltei à tona. Acredito em segundas oportunidades, todos erramos, negar uma segunda oportunidade é negarmos a nós próprios a possibilidade de mudar, de evoluir. Por isso custa-me ver fazerem-me mal novamente, com o mesmo erro, é uma sensação de dejá-vu incrível, um menosprezar quem sou, mas nem tudo é igual, há uma coisa que mudou, eu, eu mudei, não sou quem era, não me vou abaixo, não confundam lágrimas e tristeza, com desespero e destruição, mais do que magoar, entristece-me, porque esta atitude não vem de um desrespeito por mim, não vem de falta de carinho por mim, hoje vejo o que não via há dois anos, quando tudo à minha volta era dor e sofrimento, hoje vejo que o desrespeito é por ti, o medo é teu, é a ti que estás a sabotar, a impedir de ser feliz. E isso magoa-me tanto ou mais que as tuas atitudes, porque gosto de ti e quero tanto que sejas feliz.
Eu ficarei bem, eu descobri que sou uma sobrevivente, sou muito mais forte do que sempre pensei, sou muito mais resistente do que os outros pensam, eu vergo mas não parto. Isso dá-me vantagem sobre muitas pessoas, a certeza instintiva que vou ficar bem. Com ou sem algumas pessoas na minha vida, eu batalhei sozinha para ser feliz, para ter as rédeas da minha vida, não posso batalhar por ti, posso ajudar, posso acompanhar, apoiar, mas tu tens de querer ser feliz, tens de lutar. Não por mim, mas por ti.
Eu sei que valho a pena, eu sei que sou especial, cabe a ti reconheceres isso para ti, porque eu não tenho a menor dúvida de que o sentes.
(este texto começou como um desabafo e algures transformou-se numa mensagem, não está polido é cru como as emoções)
Quando a vida te dá limões, esquece a limonada, vai mazé buscar o sal e tequilla.
O meu Destino disse-me a chorar:
“Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor, que hás-de encontrar.”
Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfilando ...
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando ...
Mesmo a um velho eu perguntei: “Velhinho,
Viste o Amor acaso em teu caminho?”
E o velho estremeceu ... olhou ... e riu ...
Agora pela estrada, já cansados,
Voltam todos pra trás desanimados ...
E eu paro a murmurar: “Ninguém o viu! ...”
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Não sou muito dada a poesia, sinto sempre que me passa ao lado, mas desde adolescente que gosto muito deste soneto.
Eu sou uma pessoa sisuda!!!
Eu sou uma pessoa sisuda!!!
Eu sou uma pessoa sisuda!!!
Eu sou uma pessoa sisuda!!!
:)
Todos nós temos de tomar decisões, algumas são fáceis, mas há outras que por várias razões são difíceis, por vezes até pensamos que o melhor seria alguém decidir por nós, por não conseguirmos escolher qual a opção que realmente queremos.