Faróis são das coisas mais maravilhosas à superfície da terra - provavelmente hoje em dia são tb das mais inúteis, mas não se pode ter td. Sempre me fascinou a vida de um faroleiro. Imagino o que seria viver perdido num farol-ilha, antes das comunicações modernas. O isolamento, o sentimento de utilidade, mas tb as questões: o que se passaria no resto do mundo ? será que ainda estaria lá alguém além de mim, faroleiro perdido. Fabuloso, avassalador. Cresci a olhar para o Bugio, isolado na embocadura do Tejo, em zona turbolenta. Nos dias de tempestade, mas de boa visibilidade, procurava olhá-lo, alheando-me de td em redor, vendo apenas a ilhota e sentindo-me lá no maio, a enfrentar sozinho a tormenta. Curiosamente o mau avô naufragou junto ao Bugio, sem consequências, qdo era imediato de um navio salva vidas que procurava salvar outra embarcação. Quem sabe se o fascínio vem daí. Fabuloso tb é o desenho animado com o Pato Donald faroleiro e um pelicano que insiste em aí instalar o seu ninho. Um clássico. Vivam os faróis !!!
Eu tenho alma de faroleira, o isolamento não me agride. Gosto de estar só ... mas ultimamente tenho sentido muita vontade de estar com pessoas, deve ser do natal...
Mas já que falas no bugio, vou partilhar uma pequena estória, imagina um pai e uma filha pequena a passarem ao largo do bugio ... diz o pai "Ali no meio da água, aquela ilhota, tás a ver? É o bugio" ... "Sim pai vejo, ai ali é que é o bugio" e a conversa continua até que alguns minutos mais tarde a encantadora criança pergunta ao pai ... "Ó pai é ali no bugio que as pessoas vão bujiar???"
Lisboa é a minha cidade, é quem sou e condiciona o que penso e o que sinto, por isso ao partilhar Lisboa, partilho angústias e alegrias, revoltas e compreensão ... no fundo é um local de partilha de sentimentos!