Não acho que quando alguém morre vira santo. Mas faz-me impressão gozar com eles, não por quem morreu, mas por quem cá fica, por quem está a fazer o seu luto.
Há uns anos morreu uma figura pública deste nosso rectângulo, uma verdadeira besta, depois dela morrer, não disse que era uma pessoa desagradável, sem educação e preconceituosa, não porque ao morrer tenha sido absolvida de todos os seus "pecados" mas porque tem mãe, marido, filhos e amigos, pessoas que gostavam dela e que certamente não concordam comigo e são essas pessoas que sofrem com a sua morte, são elas que se sentiriam tristes se vissem um comentário meu nas redes sociais sobre a pessoa. Para mim morreu, morreu.
Fez-me impressão na altura da morte do Angélico as barbaridades que foram ditas pelas pessoas nas redes sociais, tal como hoje me incomoda as palermices que se escreveram sobre a Maria de Villota, porque meus caros, não é a sua qualidade como piloto que está em causa, é o ser humano que ela era, porque ninguém sofreu mais com a sua "falta" de talento do que ela própria, que se viu privada do seu sonho, de parte do seu corpo e com mazelas para o resto da vida, desde o seu acidente ela vivia numa estado de dor constante, mas mesmo assim trabalhava e sorria, casou-se e ia publicar um livro, e hoje morreu, provavelmente consequência dos danos do acidente, mas fica o legado de coragem e de perseverança, que a vida muitas vezes é filha da p*ta, mas que devemos respirar fundo sorrir e seguir em frente.
Portanto se não têm nada de bom para dizer, por favor mantenham-se calados.