Custa-me que não me respeitem, depois de todo um caminho que trilhei, que me levou a onde estou hoje, a quem sou hoje. E tenho muito orgulho desse caminho, tenho orgulho de quem sou, do trabalho que fiz.
Há dois anos trataram-me mal, muito mal, mas no local onde estava tudo era negro e eu também não estive bem, também destratei, tenho consciência disso, fui ao fundo e com muito esforço voltei à tona. Acredito em segundas oportunidades, todos erramos, negar uma segunda oportunidade é negarmos a nós próprios a possibilidade de mudar, de evoluir. Por isso custa-me ver fazerem-me mal novamente, com o mesmo erro, é uma sensação de dejá-vu incrível, um menosprezar quem sou, mas nem tudo é igual, há uma coisa que mudou, eu, eu mudei, não sou quem era, não me vou abaixo, não confundam lágrimas e tristeza, com desespero e destruição, mais do que magoar, entristece-me, porque esta atitude não vem de um desrespeito por mim, não vem de falta de carinho por mim, hoje vejo o que não via há dois anos, quando tudo à minha volta era dor e sofrimento, hoje vejo que o desrespeito é por ti, o medo é teu, é a ti que estás a sabotar, a impedir de ser feliz. E isso magoa-me tanto ou mais que as tuas atitudes, porque gosto de ti e quero tanto que sejas feliz.
Eu ficarei bem, eu descobri que sou uma sobrevivente, sou muito mais forte do que sempre pensei, sou muito mais resistente do que os outros pensam, eu vergo mas não parto. Isso dá-me vantagem sobre muitas pessoas, a certeza instintiva que vou ficar bem. Com ou sem algumas pessoas na minha vida, eu batalhei sozinha para ser feliz, para ter as rédeas da minha vida, não posso batalhar por ti, posso ajudar, posso acompanhar, apoiar, mas tu tens de querer ser feliz, tens de lutar. Não por mim, mas por ti.
Eu sei que valho a pena, eu sei que sou especial, cabe a ti reconheceres isso para ti, porque eu não tenho a menor dúvida de que o sentes.
(este texto começou como um desabafo e algures transformou-se numa mensagem, não está polido é cru como as emoções)