No Prós e Contras sobre o referendo da IVG, o Médico Oliveira da Silva (acho que é assim que ele se chama se não for as minhas desculpas) leu um artigo que saiu num jornal em que um padre dizia algo do genero: "fazer um aborto é mais grave que violar uma criança" ... é mesmo caso para dizer por amor de deus tenha juízo!
Partilhado por AnaD às 00:08
mas se viste todo o programa lembraste que muitas mais pérolas foram ditas!!
até me irritou, mudei de canal umas 20 vezes só de ódio!!
Parece que fazer um aborto é um passatempo. Para mim trazer ao mundo criancinhas para serem infelizes,largadas em orfanatos e para serem mal amadas é que devia ser crime!!
E eu sou mãe... mas eu tenho condições e estrutura para isso!!!!
a__a a 1 de Novembro de 2006 às 00:33
O padre citado chamava-se quê? Frederico?...
Frase verdadeiramente sinistra, claramente...
Nuno Filipe Lorvão a 1 de Novembro de 2006 às 00:49
eu vi pouco do debate (levanto-me as 6H da manhã por isso às 11H quero mais é dormir) mas do pouco que ouvi só vi manipulação da verdade e da informação dos dois lados por isso custa-me a acreditar nessa frase teria que ver esse padre a dizer isso e aí aproveitava e dáva-lhe logo uma mocada como não vi nem li fico com esperança que seja mentira
asdrubaltudobem a 1 de Novembro de 2006 às 09:48
Não vi mas a minha opinão nisso é muito clara; se não se fizer um aborto, a criança (não desejada) poderá vir a sofrer de maus tratos e consequentemente violações. Se o aborto fosse uma coisa legal, metade das crianças que nascem não se sentiriam desprotegidas face a essas brutalidades. mais vale não nascer do que nascer para sofrer
Ora venha então um comentário sério, para variar.
O nível de manipulação dos 2 lados é de tal ordem que só me consegue pôr nervoso. De qq forma, acho que a Igreja Católica deu um enorme passo em frente ao declarar o Aborto (é essa a designação médica), como um questão de consciência e não de fé.
A coisa que mais me dana em toda a discussão sobre o aborto, é que devo ser dos poucos seres humanos que não consegue ter uma posição definitiva sobre o assunto - não vou entrar no pq das dúvidas, fica apenas o facto. Assim, cada vez que sei que vou ser auscultado em referendo fico histérico, pq sei que tenho que ter uma posição, mas não consigo. Face a isto, o que mais gostava era de ver o tema ser debatido de forma séria, para ver se consigo saír deste impasse.
Já desisti. Cada vez é pior. Tudo o que oiço é manipulação. Mesmo quem não procura manipular, frequentemente assume posições dogmáticas - tipo fãs do Senna vs. Shumacher. Assim sendo prefiro não ouvir, ler, ou o que seja. No dia em que for votar não durmo com a indecisão e conflitos de consciência, mas assim seja. Até esse dia poupo-me.
O mesmo se passa aliás noutros temas polémicos como a Eutanásia, ou até sobre algo mais político, como a Europa ou a Regionalização. A sorte é que sobre estes temas tenho uma posição clara e definida.
Cágado1 a 1 de Novembro de 2006 às 23:41
Sou homem, mas estou em crer que não há nenhuma mulher que se tenha de socorrer de uma IVG (só a palavra aborto traz uma carga negativa que inquina o debate à partida, a meu ver) por gosto ou por especial prazer. Fa-lo-á (e sabe-se lá com que dor ou sofrimentos interiores) porque entende, em sua consciência, que tal situação é a que melhor se adequa à "sua" situação, bem como à da criança que vai germinando na sua barriga.
E não escamotemos a questão e, sobretudo, não enfiemos a cabeça na areia, como a avestruz. Por muitos diplomas legais que se publiquem proíbindo a IVG, certo é que sempre houveram os famigerados "desmanchos" (uma palavra execrável, diga-se) e sempre haverão IVG. E a questão, acaba por ser esta: havendo-os o que é que, enquanto sociedade e consciência colectiva, pretendemos?. Que se continuem a fazer IVG em vão de escada, com saberes mais ou menos artesanais, sem a devida assistência médica, em condições pouco edificantes para a mulher, com perigos graves para a sua própria saúde?. Ou que Badajoz vá florescendo neste ramo de negócio?
E o papel hipócrita que o Estado desempenha nisto tudo, quando encerra maternidades, coarcta amiúde todos e quaisquer incentivos para que os portugueses vão para a cama fazer filhos, mas depois arvora-se em moralista e arroga-se no direito de julgar e punir mulheres que entendem não ter condições, a todos os níveis, para pôr bebés neste mundo?...
Como não aceito nem estou convencido que em cada mãe que procede a uma IVG há uma assassina a sangue frio, com premeditação e cálculo, e como estou convencido que estas situações trazem enormes problemas de consciência e mazelas profundas às mulheres que já o fizeram, não me sinto no direito de as julgar ou condenar. Até porque, há uma questão interessante no meio disto tudo que é exactamente saber-se até que ponto não há, muitas vezes, pressões do progenitor-homem no sentido do desfecho ser justamente a IVG. E interessante é também questionarmos, no fundo, se não deveria o progenitor-homem de igual forma punido e julgado em Tribunal em situações deste tipo.
É que é para os homens especialmente cómodo atirar um libelo acusatório às mulheres aquando de uma IVG (deixando-as sózinhas e isoladas em todo o processo...), quando se sabe que neste tipo de ocasiões a tendência é sacudirem a água do capote e alijar as suas próprias responsabilidades.
Respeito opinião diversa, mas no dia do referendo votarei SIM (como já o havia feito em 1998).
Juxpot a 2 de Novembro de 2006 às 00:27
Concordo com tudo (ou quase) o que disseste. Esses são os factores que apontam para o SIM.
As minhas dúvidas são tb bte fortes e prendem-se com questões do tipo: qdo é que a vida da criança realmente começa ? pq é q não é condenável até às x semanas e passa a ser às x+1 ? levado ao limite, q diferença há p uma mãe que chegue à conclusão q não tem condições para sustentar a criança 5 min. depois dela nascer ? e q direito tem a mãe de decidir à revelia do pai, se este desejar a criança e se comprometer à sua custódia ? Estas são as dúvidas que equilibram a balança.
Por mais que faça não consegui a ter hoje ter uma opinião firme. Só tenho uma bem clara: sou totalmente contra o aborto como meio de planeamento familiar, como chegou a ser amplamente praticado no ex bloco de leste.
E dou por encerrada a participação neste tema, q não é neste blog desta nossa amiga que discutirei o suficiente sobre esta matéria, mas não me nego a uma conversa sobre este tema quente, ao vivo.
O meu comentário anterior pretendia apenas criticar a postura com que é feito este debate pela sociade, visto pelo prisma de um indeciso, que gostaria de deixar de o ser.
Cágado1 a 2 de Novembro de 2006 às 09:44
Sou mulher e enquanto mulher sou a favor e contra o aborto. Sou a favor pelo facto de asssim se acabar com os ditos "desmanchos" em sitios que nem me passam pela cabeça, mas que eles existem, isso é uma verdade a que nós não podemos fechar os olhos. Sim porque nem todas as mulheres podem ir a Badajoz.
È um acto que, quanto a mim deve ser sempre com o consentimento do pai da criança, embora e quanto a mim falo (escrevo) nunca o faria só pelo facto de ficar sózinha com a criança nos braços.
Sou contra o aborto porque - acho que aquele coraçãozito a bater dentro de nós, a alegria que deve dar - a vida que estamos a gerar.
E também a forma como algumas teenagers encaram a hipotese de fazerem um aborto de uma forma muito leviana, estamos no sec. XXI e a "dita camisinha" é vendida á porta das farmácias, não há que ter vergonha!
Faz-nos pensar...
Concha a 2 de Novembro de 2006 às 22:40
Eu tenho uma posição formada em relação ao assunto.
Há muito tempo que a tenho.
O que me dana é ter vivido um anterior referendo que foi um tremendo embuste. A questão foi colocada de tal forma, que muita gente não a entendeu. Lembro-me perfeitamente de uma entrevista de rua, após a urna, em que uma senhora dizia que tinha votado CONTRA a despenalização. A jornalista fez-lhe uma outra pergunta: "e o que pensa sobre o aborto?". A senhora respondeu que era totalmente a favor.
Vamos ver se este ano a coisa se processa de uma outra forma.
O que mais me faz odiar algumas instituições, é a mentira vil e o desrespeito pelo próximo. Quantos senhore/as que vão à tv dizer raios e corriscos de quem faz um aborto e depois vão nos belos mercedes até Badajoz?
A mulher é dona do seu corpo. É a única dona. E não pode haver uma lei que a condene por ter tomado uma decisão.
Pôr uma criança neste mundo actual é um acto de fé (não falo de religião) e que tem que ser tomado com todas as precauções. E isso só diz respeito aos progenitores.
Aliás, basta descer aqui à rua para ver um conjunto de miúdas mal-educadas a passearem os seus bebés. É gritaria, chapada e ordinarice. Receio pelo futuro das crianças. Mas pior, receio pelo meu, pois não estou para levar uma facada ou um tiro no meio da rua daqui a 10 anos.
Xá-das-5 a 2 de Novembro de 2006 às 18:51
Frases dessas não deviam realmente merecer qualquer comentário... no mínimo mereceriam um par de estalos.
Eu já não quero saber de mais debates nem artigos sobre o tema que não acrescentam rigorosamente coisissíma nenhuma a tudo o que já foi dito ou escrito a propósito e que apenas servem para lançar mais confusão, ainda para mais quando a questão é colocada perversa e estúpidamente como uma disputa entre quem está "contra o aborto" e "a favor do aborto". Mas já lá vamos...
1. O problema começa quando se dá o direito de decisão àqueles que não sabem nem nunca (pelo menos nas próximas décadas...) saberão por experiência directa o que é uma gravidez e o que isso significa em termos físicos e, sobretudo, psicológicos. Os homens, pois claro. Os mesmos que querem decidir se 'elas' devem ou não poder abortar mas fogem às suas responsabilidades quando se trata de tomar as devidas precauções para evitar que o 'mal' aconteça... E muito mais haveria a dizer mas por aqui me fico.
2. A defesa da vida? Mas não são muitos desses que se reclamam defensores da vida os mesmos que defendem a pena de morte, os mesmo que desvalorizam os 'danos colaterais' nos libanos e nos iraques deste mundo, os mesmos que fecham os olhos aos desmandos criminosos das multinacionais nos países de terceiro mundo? Os mesmos que rejeitam a adopção de crianças por casais homossexuais, recusando assim às crianças o afecto e o amor de uma família?...
3. Ser 'a favor' ou 'contra' o aborto? Mas há alguém que em seu perfeito juízo seja 'a favor' do aborto? Porque é que a comunicação social insiste em rotular dessa maneira esta discussão quando o que está em causa é simplesmente ser 'a favor' ou 'contra' a DESPENALIZAÇÂO do aborto, pequena nuance que faz absolutamente toda a diferença? É que há coisas onde o 'simplex' não se pode aplicar assim de forma tão leviana...
4. Um problema de consciência? Claro, mas apenas no que respeita à terrível (estou certo que o é na esmagadora maioria das situações) decisão de 'o' fazer ou não. Não há, para mim, problemas de consciência em ser favorável à despenalização do aborto, mas simplesmente uma questão de bom senso, de se perceber que para qualquer mulher o simples facto de fazer o aborto já é 'nódoa' suficiente no seu 'cadastro', de se perceber que é certamente um sofrimento já de si suficientemente penalizador para necessitar de mais penas, quaisquer que elas sejam.
5. E se não somos capazes de dar aos milhões de crianças abandonadas e orfãs deste mundo mais do que 'cházinhos de caridade', se não somos sensíveis aos olhares pungentes que quase todos os dias nos entram casa dentro nas imagens dos telejornais ao ponto de nos disponibilizarmos a dar-lhes um futuro, porque é que haveremos que 'atirar 'para este mundo ainda mais umas quantas ainda por cima não desejadas.?
vêÉrre a 2 de Novembro de 2006 às 22:20
Frisas a pedra de toque de toda esta questão que (de um lado e de outro que parecem ridiculamente compartimentos estanques...) é exactamente isto:
Deve ou não ser tipificada como crime a IVG?.
Deve ou não uma mulher sujeitar-se a passar pelo crivo de um Tribunal numa situação destas?.
Para mim (desde que sejam tidas em observância algumas regras, porque não está aqui em causa qualuqer apologia do aborto livre...), creio que não.
Juxpot a 3 de Novembro de 2006 às 00:28
Tenciono escrever sobre este tema; não o vou fazer aqui no blog da AnaD porque isso seria uma invasão de propriedade, todavia perante os comentários anteriores, que apreciei, há um pormenor importante que, creio, não está devidamente explicado senão mesmo omitido. Quem procede ao aborto é o médico e, segundo estes, eticamente podem negar-se a fazer aquela intervenção; é do código da sua profissão.
Assim sendo, será que estamos perante um braço de ferro entre os políticos e os médicos?
Como disse, quero escrever sobre isto e, na altura, virei aqui ao post da AnaD dizer onde está o texto.
mmarques a 3 de Novembro de 2006 às 16:48
Li todos os vossos comentários com muito interesse e como é u tema tão importante darei a minha opinião pessoal num post próprio
AnaD a 3 de Novembro de 2006 às 20:58