Partilhar Lisboa

Setembro 30 2010

Esta semana deixei de ter médica de família, e não fui só eu, não sei se será generalizado mas no meu centro de saúde, saíram 14 médicos, e deixou de haver a figura do médico de família, ou médico assistente. Faz-me alguma confusão que deixe de haver um médico que nos conheça, que saiba o nosso nome e que não veja apenas um historial clínico num computador. Ora eu até nem vou muitas vezes ao centro de saúde, uma vez por ano, as vezes nem tanto, por isso não é particularmente problemático em termos orçamentais seguir a minha médica para o particular, afinal esta foi a única médica de família que tive, recordo-me bem de ser pequena e ir lá espetar a língua de fora e fazer AHHHHHHHHHHHHH, e o frio que era o estetoscópio da Dra. Ana.

Mas como é que vão fazer os doentes crónicos, cada mês um médico diferente, e muitas destas pessoas não têm possibilidade de pagarem o privado, por melhores profissionais que sejam os médicos que ficam no centro de saúde, não deixarão de tratar as pessoas com uma certa indiferença, o toque impessoal que sentimos num hospital, mas que é esperado, afinal, não voltaremos a ver aquele médico outra vez. Cada vez mais acho que se tratam as pessoas como gado. Especialmente os que deveriam ser mais amparados serão o mais afectados, os idosos com pensões de miséria que tomam "meia medicação" porque o dinheiro tem de chegar para a comida. Como dizia uma senhora no outro dia na farmácia: "Avie-me só estes que se levar tudo não chega para comida, e olhe menina se morrer à fome os comprimidos não me servem de muito"

Partilhado por AnaD às 21:03

olá! para quem vai ao centro de saúde, é muito chato isso. Eu só me lembro, de ir ao centro de saúde, perguntar uma coisa a um médico, no ano passado, e não foi por estar doente. Eu quando estava doente, ia a um médico no privado. Geralmente eram só gripes e consultas de rotina. Agora, quando preciso costumo ir, aquele que eu chamo o " médico dos pobres ", porque ele atende em casa há mais de 20 anos. É um médico idoso, com mais de 80 anos, mas atende bem  e cobra a todas as pessoas 25 euros. Recebe uma fortuna por dia. mas e quem precisa de ir ao centro de saúde ? como é ? Eu também acho mal isso, que referiste no texto. beijos e melhoras do pé
nuno a 30 de Setembro de 2010 às 22:25

Lisboa é a minha cidade, é quem sou e condiciona o que penso e o que sinto, por isso ao partilhar Lisboa, partilho angústias e alegrias, revoltas e compreensão ... no fundo é um local de partilha de sentimentos!
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