É uma citação de uma frase atribuída a Mark Webber hoje no Mónaco, e não me custa nada a acreditar que ele sinta isso. Vencer é bom, vencer no Mónaco vai um bocadinho mais além, há todo um carisma em torno do circuito monegasco, que apesar de ultrapassado, continua a ser a pérola da F1.
Apoiar o Webber foi sempre muito fácil, diz-se que é por ele ser giro e ter aquele sotaque sexy e ninguém questiona mais nada, dizem: “ele até é um bom piloto”, e por vezes isto não é dito de forma elogiosa, e lançam-me um olhar condescendente e um piscar de olho e já não preciso de justificar mais nada.
Se calhar não sabem como é que o Webber se tornou piloto da minha preferência… tudo começou com uma aposta que fiz em 2001 que se o Schumacher ganhasse o campeonato pintaria o cabelo de vermelho, e assim foi, claro que foi-me lançado logo desafio para 2002, mas repetir a aposta não tinha piada, por isso foi preciso pensar noutro desafio, e como sempre tive um fraquinho pelos fracos e oprimidos, resolvi que se eles pontuassem eu pintaria o meu cabelo das cores da Minardi (e quando apostei isto, a Minardi poderia ainda vir a ter como cores o verde alface e o laranja), e logo naquele primeiro GP down under aparece-me este aussie giro que marca logo dois pontos … felizmente a equipa pertencia ao Paul Stoddart que tinha escolhido o preto como cor dominante. Imediatamente adoptei o Webber.
Como dizia antes, apoiar o Webber nunca foi difícil, raramente colidia com o meu sangue vermelho Ferrari. O Webber sempre esteve em equipas de segunda linha. De repente vai para a Red Bull, e tudo continua na mesma… até ao dia em que ele de bicicleta resolveu atropelar um jipe. “O que não nos mata torna-nos mais fortes”, é uma excelente máxima, e claramente Mark Webber saiu mais forte depois do acidente na Tasmânia. Houve ali um clique, uma mudança, se a isso juntarmos um colega de equipa que é extremamente talentoso e jovem, e um carro desenhado por uma mente genial, chegamos a Nurburgring em 12 de Julho de 2009, quando Webber celebra a sua primeira vitória, uma data que não esquecerei, ou não seja o dia do aniversário do meu pai, motivo pelo qual não consegui ver o GP com muita pena minha.
Ao contrário de outros, Vettel incluído, nunca sonhei ver o Webber na Ferrari, é um pequeno egoísmo meu, não me apetece partilhá-lo com milhões de tifosis.
Hoje, durante a corrida, pensei que se o Webber ganhasse se calhar as coisas iam mudar, se calhar ia ser mais difícil apoiá-lo, afinal de repente os rapazes de azul com os sorrisos bonitos estão a intrometer-se entre os homens de vermelho e a vitória nos campeonatos. Mas sabem que mais? Continua a ser muito fácil apoiar o Webber, ele não é nenhum fora de série, eu continuo a achar que o Vettel tem mais talento puro, ele não está na Ferrari, mas ele venceu no Mónaco, em terra de príncipes foi um rei, e eu adorei cada minuto. Sou tifossi assumida, sofro com cada azelhice, com cada falha mecânica da Ferrari, vibro com cada vitória, sou vendida assumida, não gosto do Alonso mas se ganha de cavalo ao peito então é cá dos meus. Mas hoje descobri que actualmente o Webber é o “meu” piloto, é-o porque torço para que ele faça sempre o seu melhor resultado, independentemente do lugar que isso seja e apesar de adorar vê-lo ganhar não me importa se ele ganha ou perde.
Ahhh … depois há aquela outra coisa … o facto de ele ser um naco, ter um sorriso honesto que lhe sobe aos olhos, ter aquela covinha no queixo que me mata, aquela barba de fenomenal … e o facto de mancar um bocadinho!!!