Tinha quase nove anos e uma curiosidade imensa, característica que ainda hoje me acompanha e espero que acompanhe para sempre, mesmo miúda sempre senti enorme fascínio pelo espaço, o "big bang" colidia com as coisas que ouvi na catequese, começava o início de uma enorme luta que tenho, o conceito de espaço infinito, e começava o encanto pelo que nos rodeia, literalmente, neste planeta azul. Por isso naquele dia estava fascinada com o facto de ver o lançamento de um vaivém espacial em directo e este era especial, tinha um professora a bordo, uma professora normal e não uma daquelas pessoas que aos meus olhos eram seres que mereciam uma reverência, os astronautas. Já nesta altura tinha visto várias fotos (que falta me fez o youtube) da alunagem, do passo de Neil Armstrong, a foto da equipa da Apolo 13. Naquele dia dentro daquela nave, junto destas pessoas especiais, ia uma professora, normal, uma pessoa como eu, até podia ser a D. Laura (a minha professora primária).
De repente o espaço estava mais perto de mim. Dizem que durou 73 segundos, para mim durou o tempo de um sonho.
Quando o Challenger explodiu, não percebi, não é que não tenha entendido que se tinha desintegrado, não percebi como é que aquilo podia acontecer, era uma miúda, sabia que já tinha havido acidentes, mas ali naquele dia ia uma professora e as professoras não se desintegram a caminho do espaço.