Foi um valente susto, o carro vermelho meio enterrado num muro de pneus, e um capacete verde sem sair do carro.
Esta geração a que pertenço, a geração que viveu o aquele fim de semana de 1994, sempre que vê o acidente destes dispara um alarme numa parte do cérebro, e um voz vinda do nosso inconsciente diz: é desta que a história se repete. Felizmente não foi, mas foi por muito pouco.
Se calhar muitas pessoas que aqui me lêem acham estranho este modo de pensar, mas para quem acompanha o "circo" da F1, estes homens entram de duas em duas semanas nas nossas vidas, partilhando connosco a paixão por este desporto. Dando-nos alegrias, tristezas... e preocupações.
15 anos depois o mundo é diferente. E eu noto essa diferença, porque há 15 anos atrás foi pela televisão que recebi aquela notícia chocante. Hoje o mundo é diferente, hoje não esperei noticias sobre o Massa numa TV ou num jornal, hoje estes homens que são mais que homens mas não são deuses, estão muito mais próximos de nós, hoje só fiquei realmente aliviada quando li pelos dedos de um deles que afinal este não é mais um capitulo negro da F1. É que ele estava lá * ... e à distância de um twit.
E não é preciso conhecer estas pessoas, para sentir a angustia de um pai que vê um filho submerso em pneus, ou de uma esposa que por um segundo vê certamente o futuro de um filho sem conhecer o pai... é que ele podem aparecer-me através de um écran, mas são pessoas, como eu.
* Ainda têm de me explicar, mas como se eu fosse muiiiiito burra, como é que podem tentar culpar o Barrichello do acidente.