Partilhar Lisboa

Junho 21 2009

Se há coisa que me custa é perder uma amizade.

Custa-me horrores, independentemente do quanto a pessoa me magoa, precisa de descer muito baixo, para eu passar o nível em que deixo de me preocupar com ela. Só consigo conceber a amizade assim, total, e dou tudo de mim. Nunca digo não, ofereço-me para ajudar, para resolver problemas e dar soluções, estou sempre disponível nos bons e nos maus momentos, quando me dá jeito e quando não dá.

Dou… dou… dou… e chego à conclusão que pouco sobra para mim, e estou tão habituada a ser o rochedo dos outros, que quando vou a ver não tenho onde eu própria aportar. Eu tenho bons amigos, amigos que precisam de ser alertados que eu sou uma pessoa que eu também preciso de um porto seguro de vez em quando.

Aqui há uns tempos conheci uma pessoa que se tornou minha amiga, houve ali um ligação especial, como a todos os meus amigos, estive disponível sempre, para rir e para chorar, para dizer piadas e para desabafar, e enquanto estive disponível para ajudar e enquanto estive bem tudo correu lindamente… depois fiquei mal, bastante mal, só quem está mais próximo de mim se apercebeu ao fundo que eu desci, e esta pessoa estava próxima de mim, e eu contava com ela.

Não vou passar a mão pelo meu próprio pêlo, sou bastante mais severa comigo que com os outros, muitas vezes agi mal com esta pessoa, e por isso peço desculpa, mas depois do que dei contava com algum apoio de volta, não dou a pensar no que vou receber, mas quando preciso e não recebo sinto-me magoada, dizem que é nos maus momentos que se vêem os amigos - até hoje julgo que só falhei uma vez e esse é um fardo que tenho de carregar até ao fim dos dias - e eu sinto-me enganada, sinto que enquanto tive para dar, enquanto era útil fui considerada amiga, agora que sou eu que preciso, o que oiço é: “não sei o que fazer contigo”, “não sei como te ajudar”, “estou farta de ouvir os teus disparates”. E custa, custa porque muitas vezes não soube o que fazer com ela, não soube como ajudar e também tive de ouvir muitos disparates e ainda pior porque não foram contra mim e sim contra alguém que amo, e nem por isso me afastei. 

E estou a escrever isto porque estou melhor, não estou boa nem estou óptima, mas estou bem, e nesse processo quero manter os meus amigos, mesmo que dê trabalho, mesmo que custe, mesmo que tenha de me expor, mas esta amiga não está disponível, nem faço ideia se virá aqui ler isto ou não.

Quando melhorei, eu tentei conversar, sentar frente a frente esclarecer situações, explicar atitudes, de ambos os lados, há coisas que desconfio (espero) ter percebido erradamente, mas do outro lado não há vontade, resta-me o monólogo, que é o que aqui estou a fazer.

Não tenho mais nada para oferecer além da minha amizade, neste momento posso não ser útil em mais nada, se calhar preciso eu mais de ti do que tu de mim, mas a vida é feita de altos e baixos, e será difícil encontrares melhor amiga do que eu.

Não sei se as coisas se vão resolver ou não, tenho esperança que sim, mas sei que não fui eu que fechei a porta, e isso para mim é importante.

Partilhado por AnaD às 21:21

Lisboa é a minha cidade, é quem sou e condiciona o que penso e o que sinto, por isso ao partilhar Lisboa, partilho angústias e alegrias, revoltas e compreensão ... no fundo é um local de partilha de sentimentos!
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