Confesso, a minha ideia não foi das mais brilhantes, mas havia muita gente ali que estava na sua rotina diária, hoje fui à feira do livro após o trabalho.
Durante todo o dia ouvi gritos de revolta, choraminguices, desespero e afins devido à falta de gasolina e ao medo que morramos todos à fome em Lisboa.
O que encontrei no Marquês de Pombal por volta das 19h não reflete em nada isso.
O que eu vi foi um maralhal de gente desocupada, que sob o difarce da euforia da selecção foi para a rua despejar frustações.
O que eu vi foi várias pessoas, que certamente durante o dia andaram a correr as capelinhas das estações de serviço (faltando talvez ao trabalho) para poderem andar às voltas no marquês com a bandeirinha de fora, se isto é ser patriota, eu não sou patriota, e assumo!
Demorei quase tanto a atravessar o Marquês como do Areeiro ao fim da Duque de Loulé, o autocarro onde ia foi agredido com murros, chutos, bastões. Quando finalmente cheguei à paragem e tentei atravessar a rua fui totalmente impedida, inclusive agredida. Tive de subir até à Castilho para conseguir atravessar para o Parque Eduardo VII.
E no meio disto tudo a intervenção policial foi iinsuficiente, aliás um carro patrulha que seguia à nossa frente deve ter ficado bem amolgado tanta foi a pancada que levou, nem uma ambulância foi respeitada. As forças policiais devem ter sido apanhadas de surpresa, pois não havia qualquer controlo naquela rotunda em plena hora de ponta.
E amanhã vai voltar tudo à lengalenga do não há gasolina vamos morrer todosà fome.
Portugal é bi-polar, só pode!