Continuando a saga pelos ares ... vou começar com a minha primeira viagem com escala ... o destino era Veneza, com a Lufthansa via Frankfurt, ora o aeroporto de Frankfurt é um dos maiores e mais movimentados aeroportos do mundo ... e apesar de ser extremamente funcional, devemos sempre avisar os passageiros que nos voos com ligações curtas tem que se dar corda aos sapatos para não perder o avião ... ora eu não ia perder o meu voo ... portanto mal aterramos peguei no meu cartão de embarque e vi qual a minha porta, 59-A se a memória não me atraiçoa, mal saímos do avião, estou prontíssima para uma grande caminhada, dirijo-me para as setas de sinalização e lá estava porta 59-A para a esquerda, quando me viro lá estava a porta 59-A mesmo ali ... afinal eu tinha acabado de sair pela porta 59.
Fiquei lá uma 1h30 à espera, dei uma voltinha, mas acabei por me sentar a observar o ambiente e também queria ver o avião a sair e entrar o próximo que me levaria a Veneza. Entretanto reparei num funcionário que estacionou um veículo tipo carrinho de golfe mas com um cestinho cheio de detergentes e afins que limpou os ecrãs de informação, passado um quarto de hora lá vem outro pulverizar e limpar, mais outro tanto e outra limpadela, é caso para dizer que o aeroporto de Frankfurt está um brinquinho. O avião nunca mais saía e entretanto começaram a fazer o embarque, ou seja o mesmo avião que fez o Lisboa/Frankfurt, seria o mesmo que faria o Frankfurt/Veneza.
Cheguei a Veneza, ao aeroporto “Marco Pólo”, que é minúsculo, com um sistema de bagagem inacreditável que não consigo descrever, todos foram tirando as malas e eu via o tapete rolar, rolar, rolar (sempre com aquela mala que ninguém reclama) ... a mala tinha-se extraviado. Inacreditável, mas a Lufthansa conseguiu perder a mala que já estava dentro do avião, agora digam lá que eles não são os maiores!
No regresso dessa viagem, fiz o meu check-in olhei para o ecrã de informação estava tudo certinho, despedi-me da pessoa que me foi levar ao aeroporto e passei o controlo, mal chego ao outro lado ... olho para o estado do meu voo ... delayed ... 1 hora de atraso, pensei “começa bem, vou andando para a porta”, qual quê o aeroporto é tão pequeno que as portas estão quase todas num hall, respirei fundo e pensei em comprar uma revista, não tinham nada em português claro, mas cúmulo dos cúmulos em inglês só tinham o Finantial Times, de resto podia escolher entre o italiano, o francês e alemão que não domino bem e o espanhol que abomino ... resolvi dedicar-me à manicure com o conjunto inteiro de unhas que passou pelo controlo de segurança sem qualquer problema. Finalmente lá embarcamos duas horas depois do previsto, e soubemos que a razão do atraso tinha sido um nevoeiro intenso que se tinha abatido sobre Frankfurt e que por isso todos os voos estavam atrasados. Em Frankfurt o aeroporto era um mar de gente, mas um mar civilizado (isto porque eu estava no terminal Lufthansa porque de certeza junto da Ibéria devia estar o caos) estávamos meia dúzia junto da porta à espera ... à espera ... à espera, até que nos disseram para descer para o autocarro ... onde esperámos ... esperámos ... e lá apareceram mais dois ou três e arrancámos. Começámos a percorrer o aeroporto a afastar-nos do terminal e o bus nunca mais parava, andámos uns 20 minutos, eu já pensava “olha vou de autocarro para casa”. Lá chegámos ao avião (já não me lembro se era um airbus ou um boeing) mas tinha uma configuração dois-quatro-dois, lá nos sentamos, uma dúzia de passageiros talvez, o comandante informou-nos do nevoeiro e que estávamos à espera das ligações que vinham das “Américas”, portanto esperámos ... esperámos, lá iam entrando a conta gotas uns passageiros, mas entretanto o comandante comunicou que não podia esperar mais e que íamos embora, quase uma hora depois de termos embarcado. Éramos talvez duas dúzias, os passageiros dos voos intercontinentais começou a deitar-se nos bancos de quatro e ainda sobraram muitos bancos, serviço estupendo (também devíamos ser um passageiro acordado para cada assistente de bordo), viemos a abrir ainda recuperámos uns 40 minutos do atraso, mas deveria chegar a Lisboa antes da uma, cheguei depois das seis.
Vá lá não me perderam a mala, mas levei com uma taxista que não fechou a matraca e que me contou a vida toda dela, e ainda me olhou de lado quando não dei gorjeta …
Parece que me entusiasmei outra vez ... as bolas de cotão e o canibalismo ainda vão ficar para a próxima.